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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Hereditariedade

A perpetuação deste tipo de doenças à descendência depende dos progenitores, dado que se trata de uma doença autossómica recessiva. De seguida apresentamos uns exemplos para melhor compreender os processos de transmissão destas patologias.

Casais em que pelo menos um dos indivíduos seja portador do gene da HbS recorrem frequentemente a consultas de aconselhamento genético antes de conceber. Durante a gestação é possível identificar o genotipo do feto através de amostras do fluido amniótico.
 
Considerando um casal em que ambos os progenitores sejam portadores de uma beta talassemia, onde a “r” está designado o gene defeituoso/em falta, e “R” para o gene normal. Em cada gravidez existem as seguintes probabilidades:
- 1 em 4 de que a criança herde as duas cópias “r” dos seus progenitores. A criança terá uma beta talassemia major.
- 1 em 4 da criança herdar as duas cópias “R”; será uma criança normal e não portadora da condição.
- 1 em 2 da criança herdar uma cópia “r” e outra “R”, o que significa que seria um portador não afectado com beta talassemia minor.
A imagem 1 esquematiza a situação:
  
 
Figura 1 - Hereditariedade autossómica recessiva. Cenário hipotético em que os dois progenitores são portadores de uma ß talassemia minor. O gene não funcional (em falta) é representado po "r" e o gene funcional da cadeia ß é representado por "R".
 
 No entanto, se apenas um progenitor for portador de um gene defeituoso ou em falta, o seguinte cenário é tido em consideração:- Existe 50% de probabilidade da criança não ser portadora da condição ou vice-versa.
 
 
 Figura 2 - Hereditariedade autossómica recessiva. Cenário hipotético em que apenas um progenitor  é portador de uma ß talassemia minor. O gene não funcional (em falta) é representado po "r" e o gene funcional da cadeia ß é representado por "R".
 Tanto a anemia falciforme como a beta talassemia são doenças autossómicas recessivas, pelo que o seu padrão de hereditariedade é idêntico. Contudo, no caso da anemia falciforme, indivíduos heterozigóticos são portadores da doença sem apresentarem manisfestações fenotipicas relevantes.
O padrão de hereditariedade para as alfa talassemia é mais complexo devido à existência não de dois, mas de quatro genes que codificam para a α-globina.
Existem vários estados possíveis para um portador de uma alfa talassemia, como se pode observar na Figura 3.
Figura 3 - Possíveis estados de um portador com uma alfa talassemia.Os genes da cadeia α em falta são representados por (-) e as cópias funcionais por "a".
 
Assim um indivíduo pode ser um portador silencioso, se apenas um gene estiver comprometido, ou possuir um traço α0 ou α+ talassémico quando dois genes estão em falta. Por outro lado, pode também ter a doença de Hb B ou Hb Bart (Hidropsia Fetal).Na figura que se segue (Figura 4) vemos um exemplo de uma situação hipotética:
 
 Figura 4 - Hereditariedade autossómica recessiva. Cenário hipotético em que ambos os progenitores uma α talassemia minor (α0). Os genes da cadeia α em falta são representados por (-) e as cópias funcionais por "a".
 

Sendo ambos os progenitores portadores de uma α-talassemia (α0), existe 24% de hipótese que uma criança nasça com uma forma severa de uma α-talassemia major, a Hidropsia Fetal Hb Barts.
É importante um casal saber se são transportadores genéticos para as talassemias, bem como o tipo para qual cada um é transportador. É necessário que ambos os pais sejam transportadores do mesmo traço genético para que exista uma hipótese de uma criança vir a ter talassemia major.

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